domingo, 14 de fevereiro de 2010

Um comboio sem hora


Eram sete horas, o sol já tingia o céu com tons quentes e, como forma de despedida, mergulhava lentamente numa linha defenida pela água e pelo céu. Estava sozinho, e aproveitei para roubar uns trocos, que a minha mãe escondia na mesinha de cabeceira, para comprar o bilhete do comboio. Deixei-lhe uma carta que explicava a minha ausência, como tentativa de conforto.

Saí e cheguei sozinho. Comprei o bilhete e entrei num comboio velho, mas belo. Era algo melancólico, dentro dele pairava um cheiro acolhedor que suplicava a minha presença. O pó nos bancos não mentia, ali já ninguém se sentava há muito tempo. A ferrugem segredava-me que estava ali manchada pois este nunca mais viajara pelo paralelismo priveligiado onde só os comboios passeavam.

Não havia maquinista, já estava escuro e eu não conseguia ver a hora de partida. Esperei, e nada. Fui embora e, noutro dia, voltei a ver o comboio parado, sem ir a lado nenhum. Hoje, ainda guardo o bilhete no bolso. Pode ser que um dia, o comboio parta. Estar lá ou não estar, só vai depender de mim.

7 comentários:

  1. sabes bem como o adorei :)

    esta lindo, mesmo. lysm @

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  2. simplesmente maravilhoso *o*

    continua @ k3

    // claudiaSa

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  3. Meu puto, adorei @@

    :') /joao.h

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  4. És o maior :)
    Está lindo *.* :')

    \joca

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  5. Quero ir no mesmo comboio*

    (a)

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  6. Sabes bem o que penso disto . está fantástico .
    adoro-te <3
    /Joanap.

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  7. Blogue simplesmente sublime*
    O comboio da nossa existência trilha novos caminhos, por vezes sentimo-nos descarrilar, porém outras vezes queremos viajar noutra linha mais calma e menos turbulenta, mas a vida não passa de uma mera viagem onde nós escolhemos a nossa própria saída.

    *continuação de um bom trabalho

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