quarta-feira, 12 de maio de 2010

Ladrar à noite



Não.

Não, não penses que o frio é cruel para ti, porque é nele que o meu sangue afoga o que me traz a maré, tão mero e tão ingénuo que me chateia e que me impede de nadar no juramento que eu escrevi ao passado. Lembrá-lo é uma ideia que não pensa por si, nem por ti, nem por mim, não somos cães de ninguém. Eu só gostava de um dia não o ser, porque à noite o cruel animal nasce em mim, tão duro e romantico acompanhado de um fim.

E sei que um dia tu não vais entender, que este mundo é cão e tudo há-de morrer. Larga a minha mão, quero viver.