domingo, 18 de julho de 2010

A Merda de um copo morto

Velhos hábitos arrastam a vontade enlouquecida de esquecer alguém que eu queria ser.
Afogo-me num Martini como que suspirando un tango e o tempo do cigarro transpira um fado ensaiado em minha casa, a minha pobre casa.
E no fim, fui ao balcão negociar um crime dedicado à ignorância. Troquei um sonho por meia dúzia de tostões.
P.S - és uma merda .

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Monólogo tardio

Impulsos tardios sangram-me nas mãos, alimentados pela doce deflagração da saudade. No meu quarto nasce um teatro e entra o triste a lamentar-se. Embebeda-se em prosas ternurentas, abraça-se ao poeta que há em si e chora frases ao seu amor.
O monólogo sussurrado pelo toque meigo da caneta no papel move-se pela magia do improviso numa viagem ao desconhecido. Corações miam baixinho, e o mundo ladra. O artista é fraco e palavras pesadas tornam-se eternos labirintos cuja arquitectura sublime derrama um veneno frio sobre a inocente inspiração.
E aqui, as cortinas gigantes escondem o palco, o teatro encerra e envolve-se num pó de solidão. Aqui, o artista morre para que um dia volte a viver.

P.S - fica a Saudade, S .